SITUAÇÃO
INICIAL
Em 23/dezembro/1942,
O alto comando Japonês decidiu transferir cerca de 100,000 soldados de postos
na China ocupada e no Japão para Lae na Nova Guiné, a fim de reforçar suas
forças naquela localidade. Este reforço em homens poderia reverter a derrota
sofrida na Batalha de Guadalcanal, evacuada pelos nipônicos na semana seguinte.
As tropas eram necessárias nas cercanias de Lae, onde uma ofensiva aliada era
esperada e iminente. Contudo, a realocação de um volume grande de tropas por
mar era uma tarefa árdua para a Marinha Imperial Japonesa, já tão desfalcada tanto
de navios de transporte como navios de escolta, mas o Alto Comando Nipônico
considerou uma ‘necessidade militar’. Pelo final de Fev/1943, a 20ª e a 41ª
Divisões de Infantaria foram transportadas com sucesso até Wewak na Nova Guiné,
sendo que a próxima unidade a ser transportada era a 51ª D.I. desde a base
japonesa de Rabaul para Lae. Tal missão seria das mais difíceis, pois os
Aliados tinham total supremacia aérea na área, especialmente no Estreito de
Vitiaz, por onde os navios obrigatoriamente teriam que passar.
Mesmo assim os
japoneses reunirão para a missão um comboio composto de 08 navios de transporte
de tropas e uma escolta de 08 destróieres, partiu de Simpsom Harbour em Rabaul na
ilha Nova Bretanha em Papua-Nova Guiné.
Aproximadamente 100 caças baseados em terra faziam a
cobertura aérea. O oficial comandante da 51ª D.I. – Tenente-General Hidemitsu
Nakano – estava á bordo do destróier Yukikaze, juntamente com o comandante da
operação, Contra-Almirante Kimura Masatomi. A frota transportava em torno de
6900 soldados, para reforçar suas linhas de defesa em Lae, navegando à velocidade
máxima (o transporte de tropa mais lento navegava a sete (7) nós em máxima
velocidade).
As Forças
Aéreas Aliadas na região do Sudoeste do Pacífico sob o comando do Major-General
George Kenney e baseadas na parte sul da Nova Guiné ocupada pelas forças
aliadas, estavam preparadas para tal eventualidade. Em particular, as
tripulações aéreas de aparelhos B-25 Mitchell da Força Aérea do Exército dos
EUA (USAAF) e dos Beaufighters da Real Força Aérea Australiana (RAAF) já
estavam treinando ataques aéreos contra alvos em superfície, tendo desenvolvido
uma nova técnica, chamada de “skip bombing”, que consistia em aviões de
bombardeio de médio porte soltarem as bombas em altitudes ultra baixas (60 a 90 metros ) e apenas pouco
mais de 100 metros
de distância dos alvos, reduzindo em quase zero à probabilidade de erro. Em
muitos casos as bombas até quicavam na superfície do mar antes de atingirem o
alvo.
Um dado
importante da situação era o fato de que o comboio japonês dispunha de duas
rotas alternativas: a rota pelo sul, que apresentava tempo bom e boa
visibilidade, e a rota pelo norte, que apresentava tempo ruim e baixa
visibilidade. As forças aliadas, por outro lado, somente possuíam aviões de reconhecimento
para pesquisar uma rota por vez, sendo que a busca em qualquer uma das rotas
consumia um dia inteiro.
Dessa forma,
se as forças aliadas enviassem seus aviões de reconhecimento para a rota certa,
poderiam começar o ataque em
seguida. Porém , se mandassem os aviões para a rota errada,
perderiam um dia de bombardeios. Os aliados também sabiam que se os japoneses escolhessem
o sul e fossem localizados de imediato, o bom tempo garantiria três dias de
bombardeio. Todavia, se os japoneses tivessem escolhido a rota norte, mesmo que
os aliados os localizassem logo no primeiro dia de buscas, o mau tempo
permitiria apenas dois dias de bombardeio.
A melhor
situação para a aviação aliada aconteceria se os aliados enviassem os aviões de
reconhecimento para a rota sul e os japoneses tivessem escolhido essa rota.
Nesse caso, seria possível atacar o comboio durante três dias. A pior situação
para os aliados seria se os japoneses tivessem ido pelo norte e os aviões de
reconhecimento fossem enviados no primeiro dia para a rota sul: os aliados
perderiam um dia por iniciar a busca na rota errada e mais outro dia pelo mau
tempo da rota norte, dispondo apenas de um dia para bombardear o comboio.
Caso os
Japoneses tivessem escolhido a rota norte e os aliados também mandassem seus
aviões iniciarem a busca por essa rota, os aliados perderiam apenas um dia de
bombardeio devido ao mau tempo, tendo dois dias a sua disposição para atacar o
comboio. Por ultimo, se os japoneses escolhessem o sul e os aliados começassem
sua busca pelo norte, perderiam um dia em função do engano e teriam dois dias
de bombardeio efetivo à disposição.
Estado-maior do Comando Naval Japonês
O que você
faria se fosse um dos componentes do Estado-Maior Japonês?
Qual seria a rota escolhida que atenderia ao objetivo de reforçar as
posições de Lae?
Qual seria sua linha de ação escolhida para cumprir a missão?
Estado-maior do Comando Aliado
O que você faria
se fosse oficial do Comando Aliado?
Qual seu plano de busca no encalço do comboio inimigo?
Qual seria sua linha de ação escolhida no cumprimento da missão?
Referências:
·
Belot R. de – “A Guerra Aeronaval no Pacífico
1941-1945”
- 2ª edição - Editora Record 1957, Rio de Janeiro; Brasil – p.273;
·
Fiani Ronaldo – “Teoria dos Jogos.” – 2ª ed. Ver.
Atual. – Editora Campus Elsevier 2006, Rio de Janeiro; Brasil – p.388;
·
Langsdorff Hans – “A Batalha do Mar de Bismarck
– 02 a 04
de Março de 1943”
– visualizado em 20 de agosto de 2012 nosite Clube dos Generais em: http://www.clubedosgenerais.org/portal/modules.php?name=Conteudo&pid=179