terça-feira, 21 de agosto de 2012

DESAFIO - A Batalha do Mar de Bismarck


BATALHA DO MAR DE BISMARCK

Apresente uma solução para o desafio apresentado abaixo usando como ferramenta a Teoria dos Jogos.

SITUAÇÃO INICIAL

Em 23/dezembro/1942, O alto comando Japonês decidiu transferir cerca de 100,000 soldados de postos na China ocupada e no Japão para Lae na Nova Guiné, a fim de reforçar suas forças naquela localidade. Este reforço em homens poderia reverter a derrota sofrida na Batalha de Guadalcanal, evacuada pelos nipônicos na semana seguinte. As tropas eram necessárias nas cercanias de Lae, onde uma ofensiva aliada era esperada e iminente. Contudo, a realocação de um volume grande de tropas por mar era uma tarefa árdua para a Marinha Imperial Japonesa, já tão desfalcada tanto de navios de transporte como navios de escolta, mas o Alto Comando Nipônico considerou uma ‘necessidade militar’. Pelo final de Fev/1943, a 20ª e a 41ª Divisões de Infantaria foram transportadas com sucesso até Wewak na Nova Guiné, sendo que a próxima unidade a ser transportada era a 51ª D.I. desde a base japonesa de Rabaul para Lae. Tal missão seria das mais difíceis, pois os Aliados tinham total supremacia aérea na área, especialmente no Estreito de Vitiaz, por onde os navios obrigatoriamente teriam que passar.

Mesmo assim os japoneses reunirão para a missão um comboio composto de 08 navios de transporte de tropas e uma escolta de 08 destróieres, partiu de Simpsom Harbour em Rabaul na ilha Nova Bretanha em Papua-Nova Guiné. Aproximadamente 100 caças baseados em terra faziam a cobertura aérea. O oficial comandante da 51ª D.I. – Tenente-General Hidemitsu Nakano – estava á bordo do destróier Yukikaze, juntamente com o comandante da operação, Contra-Almirante Kimura Masatomi. A frota transportava em torno de 6900 soldados, para reforçar suas linhas de defesa em Lae, navegando à velocidade máxima (o transporte de tropa mais lento navegava a sete (7) nós em máxima velocidade).

As Forças Aéreas Aliadas na região do Sudoeste do Pacífico sob o comando do Major-General George Kenney e baseadas na parte sul da Nova Guiné ocupada pelas forças aliadas, estavam preparadas para tal eventualidade. Em particular, as tripulações aéreas de aparelhos B-25 Mitchell da Força Aérea do Exército dos EUA (USAAF) e dos Beaufighters da Real Força Aérea Australiana (RAAF) já estavam treinando ataques aéreos contra alvos em superfície, tendo desenvolvido uma nova técnica, chamada de “skip bombing”, que consistia em aviões de bombardeio de médio porte soltarem as bombas em altitudes ultra baixas (60 a 90 metros) e apenas pouco mais de 100 metros de distância dos alvos, reduzindo em quase zero à probabilidade de erro. Em muitos casos as bombas até quicavam na superfície do mar antes de atingirem o alvo.

Um dado importante da situação era o fato de que o comboio japonês dispunha de duas rotas alternativas: a rota pelo sul, que apresentava tempo bom e boa visibilidade, e a rota pelo norte, que apresentava tempo ruim e baixa visibilidade. As forças aliadas, por outro lado, somente possuíam aviões de reconhecimento para pesquisar uma rota por vez, sendo que a busca em qualquer uma das rotas consumia um dia inteiro.

Dessa forma, se as forças aliadas enviassem seus aviões de reconhecimento para a rota certa, poderiam começar o ataque em seguida. Porém, se mandassem os aviões para a rota errada, perderiam um dia de bombardeios. Os aliados também sabiam que se os japoneses escolhessem o sul e fossem localizados de imediato, o bom tempo garantiria três dias de bombardeio. Todavia, se os japoneses tivessem escolhido a rota norte, mesmo que os aliados os localizassem logo no primeiro dia de buscas, o mau tempo permitiria apenas dois dias de bombardeio.

A melhor situação para a aviação aliada aconteceria se os aliados enviassem os aviões de reconhecimento para a rota sul e os japoneses tivessem escolhido essa rota. Nesse caso, seria possível atacar o comboio durante três dias. A pior situação para os aliados seria se os japoneses tivessem ido pelo norte e os aviões de reconhecimento fossem enviados no primeiro dia para a rota sul: os aliados perderiam um dia por iniciar a busca na rota errada e mais outro dia pelo mau tempo da rota norte, dispondo apenas de um dia para bombardear o comboio.

Caso os Japoneses tivessem escolhido a rota norte e os aliados também mandassem seus aviões iniciarem a busca por essa rota, os aliados perderiam apenas um dia de bombardeio devido ao mau tempo, tendo dois dias a sua disposição para atacar o comboio. Por ultimo, se os japoneses escolhessem o sul e os aliados começassem sua busca pelo norte, perderiam um dia em função do engano e teriam dois dias de bombardeio efetivo à disposição.

DESAFIO:

Estado-maior do Comando Naval Japonês
O que você faria se fosse um dos componentes do Estado-Maior Japonês?
Qual seria a rota escolhida que atenderia ao objetivo de reforçar as posições de Lae?
Qual seria sua linha de ação escolhida para cumprir a missão?

Estado-maior do Comando Aliado
O que você faria se fosse oficial do Comando Aliado?
Qual seu plano de busca no encalço do comboio inimigo?
Qual seria sua linha de ação escolhida no cumprimento da missão?

Referências:
·        Belot R. de – “A Guerra Aeronaval no Pacífico 1941-1945” - 2ª edição - Editora Record 1957, Rio de Janeiro; Brasil – p.273;
·        Fiani Ronaldo – “Teoria dos Jogos.” – 2ª ed. Ver. Atual. – Editora Campus Elsevier 2006, Rio de Janeiro; Brasil – p.388;
·        Langsdorff Hans – “A Batalha do Mar de Bismarck – 02 a 04 de Março de 1943” – visualizado em 20 de agosto de 2012 nosite Clube dos Generais em: http://www.clubedosgenerais.org/portal/modules.php?name=Conteudo&pid=179

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